Tortura

Introdução a Quais são os cinco métodos mais comuns de tortura?

Em 2000, o grupo de direitos humanos, Anistia Internacional, e a organização africana (em inglês) de ciências sociais, CODESRIA, publicaram um manual para os grupos que fiscalizam as prisões onde há suspeita de tortura. O guia contém algumas noções de tratamentos cruéis, inumanos e degradantes.

Amnesty International protest
Stephane de Sakutin/Getty Images
Em janeiro de 2007, em Paris, membros da Anistia Internacional protestam contra abusos sofridos por prisioneiros nas mãos dos militares norte-americanos na Baía de Guantanamo, em Cuba

O livro também trata dos métodos mais comuns de tortura, dentre os quais estão espancamento, choque elétrico, pendurar a vítima pelos braços ou pelos pés, simulações de execuções e abuso sexual (em especial o estupro) [fonte: Anistia Internacional]. Quatro dos principais métodos de tortura são físicos, mas as simulações de execuções são formas de tortura psicológica [fonte: Ceseraenu].

Não há praticamente nenhuma diferença entre a tortura física e a psicológica:ambas são igualmente insidiosas. Como diz o grupo humanitário SPIRASI, os "métodos da tortura física e psicológica são muito parecidos, de tal forma que não se deve separar os efeitos de um e de outro" [fonte: SPIRASI (em inglês)].

A seguir veremos os cinco métodos de tortura mais comuns sofridos por prisioneiros em todo o mundo.

Espancamento

Em um estudo feito com 69 refugiados, 97% dos sobreviventes relataram ter sofrido algum tipo de golpe nas mãos [fonte: Olsen, et al]. "Espancamentos são universais, embora os instrumentos possam variar", diz Vincent Iacopino em "The Technical Documentation of Torture" (Documentação Técnica da Tortura) [fonte: Locapino (em inglês)]. A tortura por espancamento pode ser tão simples quanto socar, estapear ou chutar a vítima. Entretanto, esse tipo de tortura pode ser utilizado em conjunto com outros métodos. Os tibetanos detidos nas prisões chinesas nos anos 80 e 90 contam que sofreram combinações de diversos tipos de tortura, incluindo golpes e choques elétricos [fonte: Government of Tibet in Exile (em inglês)]. Os golpes podem também ser dados com a ajuda de instrumentos como mangueiras, cintos, bambus, bastões e outros tipos de armas similares.

Existem também certos métodos específicos de espancamento. O método falanga (ou falaka) consiste em agressões repetidas nos pés e nas mãos. Esse tipo de tortura pode causar falta de sensibilidade ao toque e à temperatura, além de provocar fortes "dores nos pés e nas pernas das vítimas, chegando até a deixá-las mancas" [fonte: Prip and Perrson (em inglês)].

Choques elétricos e abuso sexual

Choques elétricos

Os choques elétricos, como forma de tortura, não são tão antigos quanto outros métodos amplamente utilizados - os homens só aprenderam a usar a eletricidade no fim do século 19. Entretanto, uma vez popularizada, a eletricidade logo passou a ser empregada como método de tortura. Os "americanos não apenas desenvolveram a energia elétrica", diz o expert em tortura Darius Rejali, "mas inventaram os primeiros dispositivos de tortura elétrica usados nas delegacias do Arkansas a Seattle" [fonte: Boston Globe (em inglês)]. Os choques elétricos podem ser dados com a ajuda de armas de choque, estimuladores de gado e dispositivos de terapia eletroconvulsiva (em inglês - ECT).

Electroconvulsive therapy
Carl Purcell/Three Lions/Getty Images
Os dispositivos de terapia eletroconvulsiva foram desenvolvidos nos anos 30 e, por volta de 1955, eram usados no tratamento da depressão. Esses dispositivos são usados para torturar porque causam dor e confusão sem matar o preso

Esse tipo de tortura pode ser tão brutal como fazer passar a tensão da bateria do carro pelo corpo da vítima que segura os cabos. Os choques são usados como método de tortura porque são baratos e eficazes. Um sobrevivente checheno de 22 anos conta que foi torturado pelos militares russos (em inglês) com o uso da eletricidade: "eles me deram choques elétricos nas unhas das mãos e dos pés para que eu fosse obrigado a arrancá-las depois" [fonte: Amnesty International Danish Medical Group (em inglês)]. Além disso, os choques elétricos quase não deixam vestígios. Um expert sugere que "torturadores preferem torturas elétricas, pois as únicas marcas deixadas por elas são pequenas queimaduras e é muito fácil alegar que esses ferimentos foram causadas pelos próprios torturados" [fonte: Rejali (em inglês)].

Abuso sexual

O estupro (em inglês) é uma forma muito comum de tortura, sobretudo em tempos de guerra. Homens, mulheres e crianças têm sido estuprados durante conflitos em todo o mundo. Na Guerra dos Bálcãs (em inglês), nos anos 90, as mulheres bósnias (em inglês) muçulmanas (em inglês) foram vítimas de sistemáticos abusos sexuais pelos soldados sérvios (em inglês). De 2000 a 2006, no Congo, mais de 40 mil mulheres e crianças foram violentadas [fonte: The Guardian (em inglês)]. Estima-se que 25 mil mulheres foram vítimas da violência sexual em Ruanda (em inglês), nos anos 90.

De acordo com os relatos das vítimas, os soldados chegaram a dizer que elas "seriam mantidas vivas para que pudessem morrer de tristeza" [fonte: The Guardian]. Tanto homens quanto mulheres são vítimas de abusos sexuais. Independentemente do agressor usar seu próprio corpo ou algum outro instrumento, qualquer forma de penetração forçada no corpo da vítima deve ser considerada estupro. Especialistas acreditam que a estimativa do número de homens sexualmente violentados seja baixa porque os "homens não costumam dizer que foram estuprados". Ambos os sexos geralmente têm as mesmas dificuldades decorrentes da violência sexual e muitas vezes precisam de ajuda para voltar a ter uma vida sexual normal" [fonte: Burnett and Peel (em inglês)].

Embora o abuso sexual tenha uma definição específica, alguns especialistas afirmam que toda tortura é um forma de abuso, pois o corpo da vítima é violentado. Na próxima página leia sobre dois outros métodos de tortura: pendurar a vítima pelos membros e simular execuções.

Pendurar a vítima pelos membros e simular execuções

Pendurar a vítima pelos membros

Durante a Guerra do Vietnã (em inglês), os vietcongues usaram uma forma de tortura chamada "cordas". No livro "Human Adaptation to Extreme Stress: From the Holocaust (em inglês) to Vietnam," (Adaptação do Homem ao Stress Extremo: do Holocausto ao Vietnã), os autores descrevem esse tipo de tortura a que muitos soldados americanos (em inglês) foram submetidos depois de capturados, explicando que "embora existissem diversas variações dessa tortura, ela geralmente consistia em amarrar os cotovelos atrás das costas e puxar até que eles se tocassem ou até que as costas se arqueassem com a corda esticada dos pés à garganta" [fonte: Wilson, et al (em inglês)]. A tensão provocada nos músculos por esse tipo de tortura (–que era reforçada ao se pendurar as vítimas pelos pés e mãos) pode causar danos permanentes aos nervos.

Man hanging by arms­
Rischgitz/Getty Images
Nesta pintura de A. Steinheil, um tribunal do século 15 usa cordas para obter uma confissão

A dissidente turca (em inglês) Gulderen Baran foi torturada pela polícia quando tinha apenas 22 anos. Além de sofrer outros tipos de tortura, ela foi pendurada pelos braços, presos em uma cruz de madeira, com seus pulsos amarrados atrás das costas. Baran perdeu a força e o movimento em um braço e outro ficou completamente paralisado [fonte: Anistia Internacional].

Simulações de execuções

A simulação de execução ocorre quando a vítima acha que vai ser morta ou que algum de seus entes queridos foi ou será morto. Uma das modalidades desse tipo de tortura pode ser ameaçar a vítima de morte, ou vendar seus olhos, colocar uma arma descarregada em sua nuca e apertar o gatilho. Qualquer ameaça de morte está incluída na categoria de execução simulada. O water boarding é um exemplo de execução simulada que consiste em imobilizar a vítima, cobrir nariz e boca e jogar água em seu rosto para que pense que está se afogando.

O Manual das Forças Armadas dos EUA proíbe expressamente que soldados utilizem esse tipo de tortura [fonte: Levin (em inglês)]. Entretanto, surgiram relatos de que alguns militares dos Estados Unidos estariam simulando afogamentos na Guerra do Iraque (em inglês). Em 2005, um iraquiano interrogado por roubar uma loja de armas foi obrigado a escolher um de seus filhos para morrer pelo seu crime. Os torturadores, então, levaram o filho para a parte de trás de um prédio, fora da visão do homem, e atiraram, fazendo-o pensar que seu filho havia sido executado. Dois anos antes, dois militares foram investigados por simular execuções. Em uma ocasião, um iraquiano (em inglês) foi levado até uma área remota e obrigado a cavar sua própria cova para que pensasse que os soldados americanos atirariam nele [fonte: AP (em inglês)].

Os militares americanos certamente não são o único grupo a violar as leis internacionais que proíbem execuções simuladas. Em 2007, 15 britânicos foram capturados pela Guarda Revolucionária do Irã. Depois da segunda noite, os prisioneiros foram alinhados de frente para uma parede, vendados e ajoelhados. Atrás deles, eles ouviram as armas serem engatilhadas e disparadas para o alto [fonte: Daily Mail (em inglês)].

Apesar da proibição, as simulações de execuções continuam sendo usadas como formas de tortura - talvez devido à eficácia em conseguir que o detido fale ou faça o que se pretende. Os efeitos de tais ameaças na vida da vítima são profundos e permanentes: O Centro para Vítimas de Tortura diz que as vítimas de execuções simuladas contam que têm flashbacks, "sentindo como se já estivessem mortas" e que chegam a implorar que seus torturadores as matem para que não tenham mais que ser torturadas daquela maneira [fonte: CVT].

Camuflagem

Introdução

Em uma guerra, a função da camuflagem é muito simples: esconder os soldados e seus equipamentos do alcance dos inimigos. Na realidade, a idéia básica da camuflagem é bastante antiga. Os animais já se mesclavam ao ambiente por meio de adaptações naturais.


Foto cedida Exército norte-americano
Os cadetes da Força Aérea dos Estados Unidos usam roupas camufladas e pinturas no rosto como parte do treinamento
Nos últimos 100 anos, a camuflagem foi um elemento muito importante nas operações militares de muitos países. Neste artigo, vamos entender a idéia básica da camuflagem militar e como ela ajuda os soldados a derrotarem o inimigo. Também vamos falar sobre a camuflagem moderna e como ela se adaptou aos avanços tecnológicos.

Escondendo-se em lugares fáceis

A camuflagem mais básica é a utilizada pelo soldados nos campos de batalha. A roupa camuflada convencional tem dois elementos que ajudam a ocultar uma pessoa: cor e padrão.


Foto cedida Exército norte-americano
Piloto da Força Aérea norte-americana com camuflagem no rosto
O material de camuflagem é colorido com cores que se combinam com as cores predominantes do ambiente em que se está. Em uma guerra na selva, a camuflagem utilizada é geralmente verde e marrom (semelhante à folhagem e à cor da terra). No deserto, os soldados usam tonalidades douradas e bronze. A camuflagem para a neve é branca e cinza. Para completar a camuflagem, os soldados também pintam seus rostos.

O material da camuflagem pode ter uma única cor ou diversos padrões misturados de cores. A razão para usar esse tipo de padrão é causar confusão visual. As linhas ondulantes das manchas do padrão da camuflagem ajudam a esconder o contorno do corpo. Quando se olha para um pedaço de mancha camuflada em um ambiente semelhante, o cérebro "conecta" as linhas das manchas coloridas com as linhas das árvores, chão, folhas e sombras. Isso afeta a maneira como se percebe e reconhece a pessoa ou objeto que está usando a camuflagem.

A percepção humana naturalmente define as coisas como objetos individuais. Quando se olha para uma cena, uma imensa quantidade de informação é captada com os olhos e outros sentidos. Para que a mente consciente ache algum sentido em toda a informação, o cérebro precisa dividir tudo em partes. Quando o cérebro percebe uma área longa e vertical com manchas de cor marrom e verde, percebe-se uma árvore. Quando o cérebro capta muitas árvores numa determinada área, percebe-se uma floresta.


Foto cedida Exército norte-americano
Camuflagem de fuzileiro naval norte-americano: as cores combinam com o ambiente e o padrão disruptivo oculta os contornos do corpo
Uma coisa que o cérebro sempre percebe ao analisar informação visual é a continuidade. Imagine uma pilha de 12 blocos. Se todos os blocos são vermelhos, percebe-se a pilha como uma unidade. Mas se os últimos seis são vermelhos e os primeiros seis blocos são azuis, pode-se perceber a pilha como duas unidades separadas. É uma pilha de blocos azuis em cima de uma pilha de blocos vermelhos. E se os blocos vermelhos com os blocos azuis fossem misturados, não seria possível agrupá-los em unidades coloridas. Reconhecemos uma coisa como um objeto separado se ele tiver uma cor contínua. Uma pessoa pode se destacar muito mais se usar roupas de uma única cor em vez de muitas cores. Em uma floresta, pode-se perceber um a grande quantidade de cores em um material camuflado como pequenas partes integrantes da folhagem do ambiente.

Dessa maneira, as manchas de camuflagem ajudam a ocultar as pessoas. Uma vez que a pessoa camuflada é identificada, ela se destaca e parece estranho que não tenha sido vista antes. Isso acontece porque o cérebro processa a cena visual de maneira diferente. Ele agora procura uma única pessoa.

A camuflagem não é utilizada somente para esconder pessoas. Na próxima seção, vamos ver como o exército usa a camuflagem para esconder fortes e equipamento pesado.

Disfarce e isca

Na última seção, vimos que o material de camuflagem ajuda os soldados a se misturarem com o ambiente, assim o inimigo não consegue detectá-los. Mas, em uma guerra moderna, esconder soldados geralmente tem importância secundária. Desde a Primeira Guerra Mundial, os exércitos utilizam aeronaves para procurar o inimigo. Para esconder equipamentos e bases de aviões sobrevoando a área, as forças terrestres começaram a usar camuflagem.


Foto cedida Exército norte-americano
Piloto da Força Aérea norte-americana cobre um caminhão com uma rede de camuflagem

Desde a Segunda Guerra Mundial, quase todos os equipamentos militares são pintados com cores verde e marrom para se misturarem com a folhagem natural. Além disso, os soldados sempre carregam redes camufladas e cercas, que são colocadas em cima dos veículos militares para escondê-los melhor. Os soldados também são treinados para improvisar camuflagem utilizando folhagem natural. Utilizando esses recursos, os exércitos na Segunda Guerra Mundial camuflaram tanques de guerra, jipes, aviões, armas, usinas e bases militares.


Foto cedida Exército norte-americano
Soldado camufla tanque de guerra com galhos em um exercício de simulação de batalha

A camuflagem de navios de guerra é bem mais difícil, já que eles estão sempre em um ambiente com uma cor uniforme. Na Primeira Guerra Mundial, as forças militares descobriram que não existia uma maneira de "mesclar" os navios com o ambiente, mas havia uma forma de torná-los menos suscetíveis a ataques. A camuflagem dazzle, criada em 1917, conseguiu fazer isso ocultando a trajetória do navio. A camuflagem dazzle lembra uma pintura cubista com muitas formas geométricas coloridas agrupadas. Como uma mancha em uma roupa camuflada, esse design dificulta a visualização das bordas do navio e a distinção entre bombordo e estibordo. Se a tripulação de um submarino ou navio não sabe para que direção o alvo está indo, é muito mais difícil atingi-lo com um torpedo.

Os militares também utilizam iscas como camuflagem. Diferentemente da camuflagem tradicional, o objetivo das iscas não é ocultar equipamento e sim despistar o inimigo de seu objetivo. Na Batalha da Grã-Bretanha, as forças aliadas criaram mais de 500 falsas cidades, bases, campos de aviação, estaleiros que pareciam prédios e equipamentos militares reais. Esses locais falsos, construídos em áreas remotas e inabitadas, diminuíram significativamente o dano nas cidades reais e fizeram que as potências do Eixo perdessem tempo e recursos.


Foto cedida Exército norte-americano
HMS Belfast, navio britânico utilizado na Segunda Guerra Mundial, transformou-se em museu flutuante no rio Tâmisa, em Londres. A pintura desse navio é uma variação da clássica camuflagem dazzle.

Esse tipo de camuflagem ainda é bastante usado e funciona bem. Muitos equipamentos modernos de iscas têm sistemas pneumáticos avançados que simulam o movimento real. A camuflagem tradicional ainda é usada, mas nem sempre é eficaz. Como veremos na próxima seção, a tecnologia moderna identifica o inimigo muito mais facilmente, mesmo que ele esteja misturado com as cores do ambiente.


Difícil de se esconder

A tecnologia de camuflagem se desenvolveu muito nos últimos anos, assim como a tecnologia que permite identificar a camuflagem. Hoje, o exército utiliza termografia para captar o calor gerado por uma pessoa ou equipamento. Além disso, podem-se utilizar radar, visão noturna, fotos de satélite e dispositivos avançados de escuta para detectar o inimigo.


Foto cedida Exército norte-americano
Camuflagem de armas dos fuzileiros navais

Para despistar essa tecnologia, o exército precisa pensar além da ocultação visual. Em uma guerra moderna, a camuflagem de equipamento e soldados é feita com um material que impede a propagação do calor. Dessa maneira, a "assinatura" térmica não aparece na termografia. Nos navios, a maior fonte de calor é o motor. Para reduzir a emissão de calor, alguns navios modernos esfriam o motor com água do mar. Alguns tanques de guerra também têm um sistema de resfriamento para mascarar o calor que é gerado.

Para combater a visão noturna (a amplificação de pequenas quantidades de luz, inclusive luz infravermelha de baixa freqüência), alguns exércitos utilizam sofisticadas cortinas de fumaça. Uma grossa camada de fumaça bloqueia a luz, criando um tipo de invisibilidade para tudo o que estiver atrás da cortina de fumaça. Alguns relatórios informam que os Estados Unidos estão trabalhando em uma cortina de fumaça que impede a visão noturna, mas permite o funcionamento eficaz de visores termais norte-americanos. A empresa britânica construtora de navios Vosper Thorneycroft (em inglês) desenvolveu um sistema que utiliza uma série de esguichos d'água para produzir uma neblina constante em volta do navio e torná-lo oculto.


Foto cedida Exército norte-americano
Pilotos da Força Aérea norte-americana ocultam abrigo na Guerra do Golfo. O uniforme dos pilotos, assim como a rede de camuflagem, mistura-se ao ambiente do deserto.

A tecnologia stealth permite esconder os equipamentos militares da detecção dos radares. Em um equipamento stealth, a superfície do veículo é formada por planos achatados interconectados por ângulos incomuns. Esses planos servem para refletir as ondas de rádio do radar para que a trajetória delas seja modificada. O equipamento também pode ser coberto com uma camada de material que "absorve o radar". Quando uma onda de rádio atinge um objeto, os elétrons naquele objeto são estimulados, já que a onda passou alguma energia. Em um bom material condutor, como uma antena de metal de rádio, os elétrons se movem facilmente. Por isso, as ondas de rádio não perdem muita energia para agitar esses elétrons. Por outro lado, o material que absorve as ondas do radar são péssimos condutores, por isso, a resistência para mover os elétrons é maior. Assim, as ondas de rádio perdem mais energia, que é emitida na forma de calor. Isso reduz a qualidade do sinal de rádio refletido.


Foto cedida Exército norte-americano
Veículos militares pintados com camuflagem de deserto na Operação Tempestade no Deserto

A tecnologia de isca também se desenvolveu para evitar a detecção pelos sistemas modernos. O exército americano e outros exércitos desenvolveram iscas infláveis que não só lembram visualmente os veículos, mas também replicam a assinatura térmica e de radar desse equipamento. Para os radares e rastreadores de longa distância, essas iscas são idênticas ao equipamento real. Uma técnica mais imprecisa de isca é encher uma área com diversos tipos de objetos que serão detectados nos radares, visores térmicos e dispositivos de escuta. Assim, o inimigo terá mais dificuldade em focar num determinado tipo de equipamento.

Com o avanço do equipamento de detecção e espionagem, os engenheiros militares terão que pensar em novas e sofisticadas técnicas de camuflagem. Uma idéia interessante que já está sendo utilizada é a camuflagem inteligente. Esse tipo de camuflagem muda a cobertura externa de um equipamento a partir de uma análise computadorizada do ambiente. Não importa quão avançada seja a camuflagem: a idéia básica ainda é a mesma utilizada pelos primeiros caçadores. Descobrir como o inimigo vê você e mascarar todos os elementos que fazem você se destacar.

Armadura Liquida

Introdução

O principio básico por trás das armaduras corporais não mudou muito nos últimos séculos. Primeiro, a armadura impede que armas e projéteis atinjam o corpo da pessoa. Em segundo lugar, ela espalha a energia da arma, fazendo com que o impacto final cause menor dano. Embora não seja usual em toda e qualquer situação, a armadura pode ajudar a proteger contra ferimentos graves ou morte, especialmente contra armas pesadas.

Com o passar dos anos, as pessoas tiveram que desenvolver armaduras mais fortes para proteção contra armas cada vez mais sofisticadas. Todavia, apesar desses avanços, as armaduras corporais modernas ainda possuem alguns conceitos presentes em armaduras antigas. Quer seja feita de placas de metal ou camadas de tecido, a armadura é quase sempre grande e pesada. Vários tipos são rígidos, por isso não são práticos para serem usadas em braços, pernas e no pescoço. Por esta razão, as armaduras medievais, que eram de placas de metal, possuíam buracos e juntas para que as pessoas pudessem se mover, e as armaduras usadas nos dias de hoje protegem, normalmente, apenas a cabeça e o tronco.



Traje de proteção e armadura corporal
Armadur­as antigas possuem muita coisa em comum com as armaduras modernas. Ambas fornecem proteção contra armas, mas são pesadas, grandes e não são flexíveis. Veja mais fotos de armaduras (em inglês).


Um dos mais novos tipos de armadura é tanto flexível, quanto leve. De forma impressionante, este aprimoramento surgiu da mistura de um líquido com materiais já usados em armaduras. Enquanto não está totalmente pronto para o uso em combate, os pesquisadores de laboratório afirmam que as armaduras líquidas possuem potencial para ser um bom substituto ou complemento para as armaduras maiores. Eventualmente, soldados, oficiais de polícia e outras pessoas poderão usá-la para proteger suas pernas e braços.

Os dois principais modelos de armadura líquida, ainda em desenvolvimento, usam o Kevlar DuPont Kevlar como base, normalmente usado em coletes à prova de balas. Quando uma bala ou um estilhaço atinge a vestimenta de Kevlar, as camadas do material amortecem o impacto para uma área de superfície maior. A bala também atinge as fibras de Kevlar, gastando energia e diminuindo a velocidade do processo. O conceito é semelhante ao que acontece quando o airbag de um carro absorve o impacto e diminui o movimento do tronco de uma pessoa durante uma colisão.

Embora o Kevlar seja um tecido, a armadura de Kevlar não se move ou dobra da mesma forma que as roupas normais fazem. São necessárias 20 a 40 camadas de Kevlar para parar uma bala, e esta quantidade de camadas é relativamente dura. Também é pesada - uma roupa feita de Kevlar pesa sozinha mais de 4,5Kg, mesmo sem os reforços de cerâmica para proteção adicional.

No entanto, existem dois fluídos diferentes que podem permitir que a armadura use menos camadas de Kevlar, fazendo com que fique mais leve e mais flexível. Os dois fluidos possuem uma coisa em comum - eles reagem fortemente em resposta a estímulos. A seguir, veremos do que são feitos estes líquidos e porque eles reagem dessa maneira.

Fluido de espessamento em armaduras líquidas

O termo "armadura líquida" pode ser meio equivocado. Para algumas pessoas, ele dá a idéia de um fluido se movendo dentro de um sanduíche de duas camadas de material sólido. No entanto, os dois tipos de armadura líquida em desenvolvimento trabalham sem uma camada líquida visível. Em vez disso, eles usam Kevlar, que foi deixado de molho em um dos dois fluidos.

O primeiro é um fluido de espessamento (STF), que se comporta como um material sólido quando há estresse mecânico ou um corte. Em outras palavras, ele se comporta como um líquido até que um objeto o atinge ou o deixa agitado. Então, ele endurece em questão de milésimos de segundo. Este é o conceito oposto de um fluido de afinamento, como uma tinta, que se torna mais fina quanto agitada ou mexida.

Você pode ver como o fluido de espessamento se parece se examinar uma mistura usando partes iguais de água e amido de milho. Se você misturar lentamente, as substâncias irão se mover como um líquido. Mas se você se mexer rapidamente, a superfície irá se solidificar rapidamente. Você consegue até moldar uma bola, mas quando para de aplicar pressão, a bola se desfaz.

Veja aqui como funciona este processo. O fluido é um colóide, feito de minúsculas partículas suspensas em um líquido. As partículas se repelem uma das outras lentamente, por isso elas ficam suspensas com facilidade no líquido sem se empedrarem ou se acumularem no fundo. Usando a energia de um impacto rápido aumenta as forças de repulsão entre as partículas - elas se unem, formando massas chamadas de hidro-grupo. Quando a energia do impacto se dissipa, as partículas começam a se repelir novamente. Os hidro-grupos se desfazem e a substância aparentemente sólida se reverte para um líquido.
Antes do impacto, as partículas no fluido de espessamento estão em estado de equilíbrio. Após o impacto, elas se juntam, formando estruturas sólidas.
Antes do impacto, as partículas no fluido de espessamento estão em um estado de equilíbrio. Após o impacto, elas se juntam, formando estruturas sólidas.

O fluido usado nas armaduras corporais é feito de partículas de sílica suspensas em polietilenoglicol. A sílica é um dos componentes da areia e do quartzo e o polietilenoglicol é um polímero utilizado normalmente em laxantes e lubrificantes. As partículas de sílica possuem apenas alguns nanômetros de diâmetro, por isso vários relatórios descrevem este fluido como uma forma de nanotecnologia.

Para fazer uma armadura utilizando fluido de espessamento, os pesquisadores primeiro precisam diluir o fluido em etanol. Eles saturam o Kevlar com o fluido diluído e o colocam em um forno para que o etanol evapore. O STF então penetra no Kevlar, e as fibras do Kevlar seguram as partículas absorvidas do fluido no lugar. Quando um objeto atinge ou perfura o Kevlar, o fluido endurece imediatamente, deixando o Kevlar mais resistente. O processo de endurecimento acontece em questão de milésimos de segundo, e a armadura volta a ficar flexível logo depois.

Em testes de laboratório, o Kevlar tratado com STF é tão flexível quanto o Kevlar comum. A diferença é que ele é mais resistente, por isso as armaduras usando STF precisam de poucas camadas deste material. Quatro camadas de Kevlar tratado com STF podem dissipar a mesma quantidade de energia do que 14 camadas de Kevlar comum. Além disso, as fibras tratadas com STF não desgastam no impacto como as fibras comuns, significando que as balas não penetram tanto na armadura ou na pele da pessoa que estiver usando. Os pesquisadores acreditam que isso ocorre devido ao fato de ser necessário mais energia para que a bala penetre as fibras tratadas com STF.

Kevlar tratado com fluido de espessamento após o impcto de uma bala
Foto cedida por Exército dos E.U.A. /Fotógrafo Sgt.Lorie Jewell
Kevlar tratado após o impacto de uma bala

Pesquisas sobre armaduras corporais com base em fluido STF estão sendo feitas no Laboratório do exército dos E.U.A. e na Universidade de Delaware. Por outro lado, pesquisadores do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) estão examinando um outro fluido para ser usado em armaduras corporais. Veremos um pouco de sua pesquisa a seguir.

A lâmina lenta penetra o escudo
Armaduras corporais a base de fluido STF possuem equivalentes no mundo da ficção científica. No universo de "Duna" de Frank Herbert, um dispositivo chamado de gerador Holtzman pode produzir um campo protetor. Apenas objetos que se movem lentamente podem penetrar este campo. De forma similar, objetos que se movem lentamente irão penetrar pelo fluido de espessamento sem que ele endureça. Em testes com facas em baixa velocidade, ou quasiestático, a faca pode penetrar tanto o Kevlar comum quanto o tratado com fluido STF. Entretanto, o Kevlar tratado com fluído STF causa menos estrago, possivelmente pelo fluído fazer com que as fibras fiquem unidas.

Fluido magnetoreológico em armaduras líquidas

Outro fluido que pode reforçar a armadura de Kevlar é o fluido magnetoreólogico (MR). Fluidos MR são óleos que são cheios de partículas de ferro. Freqüentemente, os surfactantes circundam as partículas para protegê-las e mantê-las suspensas no fluido. As partículas de ferro normalmente correspondem de 20% a 40% do volume do fluido.

As partículas são muito pequenas, medindo de 3 a 10 mícrons. Entretanto, elas possuem um poder efetivo na consistência do fluido. Quando expostas a um campo magnético, as partículas se alinham, deixando o fluido imediatamente mais espesso. O termo "magnetoreológico" vem deste efeito. Reologia é uma parte da mecânica que tem como foco a relação entre a força e a maneira com que os materiais mudam de forma. A força do magnetismo pode mudar tanto a forma como a viscosidade dos fluidos MR.

Fluido magnetoreológico com e sem a presença de um campo magnético
Quando exposto a um campo magnético, as partículas presentes no fluido magnetoreológico se alinham ao longo das linhas do campo.

O processo de endurecimento permanece, em média, cerca de vinte milésimos de segundo. O efeito pode variar dramaticamente dependendo da composição do fluido e do tamanho, forma e força do campo magnético. Por exemplo, os pesquisadores do MIT começaram com partículas de ferro esféricas, que podem escorregar entre elas, mesmo na presença do campo magnético. Isso limita o tanto de endurecimento da armadura, por isso os pesquisadores estão estudando outras formas de partículas que podem ser mais efetivas.

Como com o STF, você pode ver como se parecem os fluidos MR usando itens comuns. Preenchimentos de ferro misturados com óleo para criar uma boa apresentação. Quando não há presença de um campo magnético, o fluido se move facilmente. Mas a influência de um imã pode fazer com que o fluido fique mais espesso ou assuma uma forma diferente do que está aqui neste recipiente. Algumas vezes, a diferença é grande, visualmente falando, com o fluido formando picos distintos, depressões e outras formas. Artistas já fizeram uso de imã e fluidos MR ou ferro-fluidos similares para criar obras de arte.

Com a combinação certa de densidade, forma da partícula e força do campo magnético, o fluido MR pode mudar de líquido para um material sólido muito grosso. A utilização do fluido de espessamento pode aumentar dramaticamente a resistência de uma parte da armadura. O truque é ativar a mudança de estado físico dos fluidos. Devido a imãs grandes serem muito pesados e impossíveis de serem levados de um lado para o outro, os pesquisadores propuseram criar pequenos circuitos por toda armadura.
Fluido magnetoreológico com e sem a presença de um campo magnético
Fluido magnetoreológico antes e depois da exposição a um campo magnético

Sem corrente passando pelos fios, a armadura permanecerá macia e flexível. Mas ao apertar de um botão, os elétrons irão começar a se mover pelos circuitos, criando um campo magnético durante este processo. Este campo irá fazer com que a armadura fique dura e resistente imediatamente. Apertar novamente o botão para a posição desligado irá interromper a corrente, e a armadura voltará a ser flexível.

Outros usos para o fluido MR
Os fluidos MR possuem inúmeras aplicações além de fortalecer uma armadura. Sua característica de mudar de estado líquido para semi-sólido quase que instantaneamente o torna útil para amortecer impactos e vibrações de itens como: Por mudar de forma e depois voltar ao normal, ele também pode ser usado para criar monitores em Braile com rolagem de tela ou moldes reconfiguráveis.

Além de tornar a armadura mais forte, mais leve e mais flexível os tecidos tratados com fluidos de espessamento e os fluidos magnetoreológicos também podem ter outros usos. Esses materiais podem, por exemplo, criar um cobertor anti-bombas que é fácil de ser dobrado e carregado e ainda assim proteger pedestres dos estilhaços produzidos na explosão. Botas para salto tratadas podem ficar mais duras no impacto ou proteger as botas dos pára-quedistas quando ativadas. O uniforme de guardas das prisões poderiam fazer uso mais abrangente da tecnologia das armaduras líquidas, especialmente devido ao fato de que as armas comumente encontradas nestes locais são objetos pontudos e lâminas feitas a mão.

Entretanto, as tecnologias possuem seus pontos positivos e negativos. Estas são algumas deles:

Gráfico dos pontos positivos e negativos dos fluidos magnetoreológicos e de espessamento.

Nenhuma dessas armaduras estão prontas para serem usadas no campo de batalha. A armadura de Kevlar tratada com STF poderá estar disponível no final de 2007. O fluido MR deve precisar de mais 5 a 10 anos de pesquisa e desenvolvimento antes de poder realmente ser à prova de balas.


Introdução

Onde quer que haja tropas norte-americanas, você descobrirá que o SEALs está ou esteve lá antes. O papel que as equipes do SEAL da Marinha desempenham normalmente são entrar e sair rapidamente sem serem vistos, recolhimento de inteligência, destruição de alvos e realização de resgates, entre outras coisas.


Fotografia oficial da Marinha Norte-Americana
Os SEALs da Marinha

As Forças de Operações Especiais Norte-Americanas, que incluem as forças do comando de elite de cada ramificação das forças armadas, como o SEALs da Marinha, Rangers do Exército, os Boinas Verdes e outros se tornaram essenciais para muitos sucessos militares norte-americanos durante a última década. Cada ramificação das forças armadas tem suas próprias equipes especialmente treinadas que podem operar em qualquer situação e realizar qualquer tarefa necessária para o trabalho.

O que é preciso para se tornar um SEAL da Marinha? Até mesmo os instrutores do SEAL podem predizer quem conseguirá chegar lá. A característica comum que os instrutores vêem nos futuros SEALs não pode realmente ser definida, eles apenas a chamam de "atirar por instinto". Ou você tem, ou não tem.

Neste artigo, você verá como os SEALs da Marinha operam, o que fazem, a impressionante determinação necessária para se tornar um SEAL, as habilidades amplamente variadas de que necessitam e os tipos de equipamento que usam nas missões.

Sobre os SEALs

Estatísticas do SEAL

  • apenas cerca de 25% dos recrutas passam pelo treinamento para se tornarem SEALs;
  • um SEAL nunca foi abandonado em uma missão;
  • um SEAL nunca foi feito prisioneiro;
  • atualmente há cerca de 2.290 SEALs ativos em serviço.
O acrônimo SEAL significa Mar, Ar e Terra (Sea, Air, and Land), que identifica os elementos onde operam. Os SEALs trabalham em pequenas unidades - freqüentemente um a dois homens, mas algumas vezes em pelotões de até 16 homens. São treinados para realizar tarefas específicas sob qualquer tipo de circunstância e em qualquer ambiente. Seu treinamento ocorre no deserto, na selva, em clima extremamente quente e frio e em áreas urbanas.

As missões do SEAL requerem planejamento detalhado e execução precisa. Eles são treinados para realizar missões que recaem em cinco categorias principais:

  • Guerra não-convencional (UW - Unconventional Warfare)- uso de táticas de guerra de guerrilha na batalha.
      A guerra de guerrilha é caracterizada por pequenos grupos de combate móvel que operam usando, freqüentemente, métodos de batalha "não-ortodoxos", como a destruição de suprimentos inimigos, criação de distrações, emboscada de pequenas unidades inimigas, demolições e outros tipo de operação "atacar e correr".
  • Defesa interna contra estrangeiros (FID - Foreign Internal Defense) - treinamento dado a nacionais estrangeiros a fim de construir relacionamentos.
      Durante a Operação Tempestade no Deserto, os SEALs da Marinha treinaram 13 operadores kuwaitianos em técnicas de infiltração marítima com a finalidade de realizar uma reunião secreta com contatos da resistência local dentro da Cidade do Kuwait.
  • Ação direta (DA - Direct Action) - Movimento contra um alvo inimigo
      Isso pode incluir assaltos a alvos localizados em terra ou água, resgate de reféns, emboscadas, etc.
  • Contraterrorismo (CT) - inclui ação direta contra operações terroristas, ações antiterroristas e a proteção de cidadãos e tropas.
  • Reconhecimento especial (SR - Special Reconnaissance) - inclui condução de inspeções preliminares para recolher informações, manejo de postos de observação e outros tipos de vigilância, aparente ou oculta, onde a meta é recolher informações.
      Isso pode incluir o recolhimento de dados hidrográficos (inspeções de praia e água) para desembarque ou acompanhamento de uma unidade inimiga e reportar sua posição.

Quando os SEALs não estão implantados, estão em constante treinamento, para aprimorar habilidades básicas e aprender novas habilidades e técnicas.

As categorias acima se sobrepõem quando se referem a missões reais, mas essas são a base do treinamento SEAL: ser especialistas nas habilidades necessárias para realizar essas várias tarefas.

Histórico do SEAL

Em 1941, depois que os japoneses bombardearam Pearl Harbor, as tropas norte-americanas foram forçadas a invadir território japonês pelo mar, freqüentemente encarando áreas minadas e ataques de inimigos não-vistos. Como contramedida para esses riscos, a Marinha Norte-Americana criou equipes especialmente treinadas para se infiltrar o território inimigo em direção à costa e liberar o caminho de obstáculos e outros riscos. Essas equipes de seis homens eram chamadas Unidades de Demolição de Combate Naval. Seu treinamento era intenso em fortalecimento físico e incluía levantamento de peso, natação, corrida e manobra de pequenos barcos. O treinamento também incluía manuseio de pontes e túneis.

Na década de 60, o aliado da União Soviética, Vietnã do Norte, estava lutando contra um aliado norte-americano, Vietnã do Sul. O presidente Kennedy enviou, em pequenas equipes de guerrilha, combatentes para ajudar o Vietnã do Sul. Com os Boinas Verdes do Exército já estabelecidos, era hora da Marinha criar sua própria unidade de Operações Especiais. Fundamentado no treinamento dos UDTs, os SEALs da Marinha foram criados. Seu treinamento os preparou para trabalhar nas selvas, costas e rios do Vietnã. Sua tarefa era ficar atrás das linhas inimigas e atacar de surpresa acampamentos de inimigos, sabotar suprimentos, cortar comunicações inimigas e destruir munições armazenadas. Eles foram bem sucedidos em suas missões.


Fotografia cedida pela Administração Nacional de Arquivos e Registros (NARA - National Archives and Records Administration) dos EUA
Fotógrafo: J.D. Randal, JO1

República do Vietnã, novembro de 1967: membros da SEALs da Marinha Norte-Americana se movimentaram para o Rio Bassac em um barco de assalto (STAB - Seal Team Assault Boat) durante operações ao longo do rio ao sul de Saigon

Com a Guerra do Vietnã terminando sem vitória, muitos cortes foram feitos nas despesas militares, e o número de unidades das Forças Especiais foi, em muitos casos, cortado pela metade. O sucesso dos SEALs no Vietnã, contudo, provou seu valor.

Treinamento do SEAL

Hooah! - o grito de guerra dos SEALs da Marinha - se torna uma resposta automática para eles durante o torturante treinamento. Embora possa haver outras variações no significado, "hooah" geralmente significa "sim", "entendido" e "não estou deixando essa evolução tirar o melhor de mim". Evolução é o termo usado para cada evento no programa de treinamento.


Fotografia oficial da Marinha Norte-Americana
Treinamento em praia do SEAL

O treinamento do SEAL é brutal. Leva mais de 30 meses para treinar um SEAL da Marinha até o ponto no qual estará pronto para posicionamento. Os SEALs que emergem estão prontos para lidar com qualquer tarefa que possam ser chamados para executar, incluindo mergulho, natação de combate, navegação, demolições, armas e pára-quedismo. O treinamento os leva ao limite, tanto mental quanto fisicamente para eliminar aqueles que possam não ser capazes de completar com êxito as exigentes missões e operações que os SEALs enfrentam. Os tipos de estresses que encaram durante o BUD/S (Demolição Subaquática Básica/SEAL) são os mesmos que encaram em missões reais. Se não podem resistir a isso quando não há vidas na linha, há boas chances de que não sejam capazes de resistir a isso quando vidas em jogo.

A partir do primeiro dia no treinamento, os recrutas são ensinados da importância do trabalho de equipe. O foco não é no indivíduo. O fato de que nenhum SEAL tenha sido deixado para trás em uma missão é uma prova do sucesso deste sistema. Durante todo seu treinamento, aprendem porque o trabalho de equipe é necessário no tipo de tarefa em que estarão sendo inseridos. Os SEALs estão realizando tarefas que podem não ser possíveis para um único homem realizar, mas pode ser realizado para uma equipe composta de homens que têm o mesmo treinamento e habilidades. Seu sucesso depende do que podem fazer juntos como uma equipe.

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